Entrevista com Silvana Mendes, membra do Júri de Honra do PHotoFUNIBER’22

Entrevista com Silvana Mendes, membra do Júri de Honra do PHotoFUNIBER’22

A artista visual Silvana Mendes, nascida no Brasil, desenvolve trabalhos a partir de suas pesquisas na área da subjetividade e do cotidiano, e principalmente sobre a desconstrução de representações estereotipadas e narrativas racistas.

Entrevistamos a artista para conhecer mais sobre seu trabalho e suas reflexões sobre a fotografia como linguagem e como trabalho.

 

– Como começou e porque começou a trabalhar com a fotografia?

Meu interesse pela fotografia e pelo o universo da imagem me acompanha desde a infância, mas foi na adolescência quando consegui uma câmera analógica emprestada de uma amiga e fotografei momentos na escola. Alguns anos depois, quando revi as imagens impressas percebi que a fotografia sempre se fez presente no meu imaginário. Quando entrei na universidade, no curso de artes visuais, isso se intensificou mais e mais, e desde então, a fotografia virou não só uma das coisas que mais me faz ter vontade de mostrar e ver o mundo com os olhos, como também um meio de vida e trabalho.

 

– O que considera como “boa fotografia”?

Considero uma boa fotografia aquela que nos faz imaginar muitas possibilidades dentro de uma imagem só, que respeita a individualidade e identidade das pessoas registradas e que transcende o que a gente já tem como certeza do que é determinante.

 

– Como júri, que critérios utiliza para analisar uma fotografia?

Escolho as imagens que mais me instigaram e que me fizeram imaginar para além da imagem, gosto também de tentar entender através das legendas das fotografias e perceber as possibilidades do que a imagem pode nos trazer.

 

– Para além do dinheiro do prêmio e da bolsa de estudo, quais são, na sua opinião, as vantagens para os fotógrafos de participar em concursos de fotografia como o PHotoFUNIBER?

É superimportante ter essas possibilidades para além do fator financeiro, que é bem importante, mas como uma chave de entrada no mundo da fotografia em si, de explorar as alternativas. Quando era jovem, tentava e buscava muito participar de concursos e editais para poder ter uma oportunidade de mostrar meu trabalho, então acredito que é fundamental poder contar com essas oportunidades como um começo.

 

– Fale-nos de alguns trabalhos recentes que realizou ou está realizando, e desafios na criação

Agora estou produzindo um trabalho sobre as ceramistas de Itamatatiua um Quilombo de Alcântara, município do Maranhão, e tem sido um presente e uma oportunidade muito única poder ser instrumento nesses processos e os desafios são constantes porque a caminhada é longa e difícil por conta dos recortes de raça, gênero e território, além de tentar sobreviver e viver nesse mundo, que já é um grande desafio.

Para conhecer mais o seu trabalho:  instagram.com/sil.vana