Entrevista com Andrea Proenza, menção especial para melhor oradora na última edição da Liga de Debates

Entrevista com Andrea Proenza, menção especial para melhor oradora na última edição da Liga de Debates

No ano passado, a estudante panamenha Andrea Proenza conquistou o título de melhor palestrante na 3ª edição da Liga de Debates organizada pela Universidad Europea del Atlántico (UNEATLANTICO), pertencente à rede universitária FUNIBER.

Neste ano, a nova edição do debate será realizada, entre os dias 26 e 30 de outubro, em formato on-line, dadas as restrições causadas pela pandemia do coronavírus. Os competidores devem fazer uma formação obrigatória na próxima semana, de 19 a 23 de outubro.

A aluna, formada na área de Tradução e Interpretação, servirá como júri este ano. Entrevistamo-la para saber em profundidade de onde surgiu o seu interesse pelo debate e por falar em público, bem como para lhe pedir alguns conselhos para os concorrentes desta edição.

 

Como você começou em um clube de debate? Você pertencia a um clube no Panamá?

Em 2009 recebi um convite para ingressar no clube de debate “The Oxford School” no Panamá. A Oxford School foi onde terminei meu bacharelado em negócios. A confiança depositada pelos professores responsáveis ​​pelo clube deu lugar a 4 anos de clube. Na verdade, nesse momento, além de uma experiência valiosa, me deu a oportunidade de refletir sobre o potencial que os professores observaram em mim.

A verdade é que, embora me caracterizasse por falar com bastante fluência e contundência, desconhecia essas técnicas para modular e melhor utilizar a voz. É claro que daí surgiram outros desafios relacionados à forma e substância de expressar meus argumentos, que se tornou um caminho de longos anos de preparação e adaptação; difícil, para falar a verdade, já que nessa caminhada pude enfrentar a sensação de perda nos debates e reconhecer os momentos de vitórias.

A este propósito de desenvolvimento na arte do debate, foi adicionada a oportunidade de representar o Clube de Debates do Panamá, conhecido como NCE por sua sigla, onde me destaquei em um concurso internacional com a Universidade de Harvard, obtendo como resultado o prêmio de “melhor oradora”.

 

Como você acha que sua formação em língua estrangeira o ajudou na Liga de Debates?

Certamente, ao olharmos para a história mundial, percebemos que um falante pode influenciar a maneira como as pessoas pensam e agem por meio de um discurso, e isso é feito pelo uso da linguagem. Afinal, as línguas abrem portas culturais que nos ajudam a entender as questões que discutimos e como elas afetam cada pessoa de maneira diferente de sua perspectiva e contexto cultural.

Em suma, na Universidad Europea del Atlántico, o corpo docente pretende que as línguas sejam para nós estudantes, portas culturais que nos ensinam a expressar as nossas emoções através do que está escrito e também do que é falado.

Para melhor ilustrar, no segundo semestre do ano passado em espanhol, foi dada ênfase especial à expressão oral, onde aprendemos que a nossa voz tem um grande efeito quando nos expressamos e nos comunicamos de forma mais eficaz para captar a atenção dos outros, e persuadi-los a entender nossa posição, mas também transmitir uma mensagem da maneira certa.

 

Que habilidades teatrais você considera úteis para um clube de debate?

Nas palavras de William Shakespeare “O mundo é um palco.” Quer gostemos de pensar nisso ou não! Somos todos atores dessa peça chamada vida, a diferença é que não há um roteiro para se adaptar, um “by the book”. Portanto, o teatro não só desempenha um papel essencial no debate, mas também em nosso meio ambiente. Deve-se destacar que a entonação, os movimentos corporais, nossas expressões faciais e corporais desempenham um papel essencial no debate, a fim de captar a atenção e também persuadir um júri ou público quanto à sua posição. Conseguir conectar o que você deseja transmitir ao público a importância que emerge do discurso que você defende e por que o faz.

Portanto, combinar o teatro com o debate é de grande importância, pois ajuda a esconder as emoções negativas ou os nervos que você sente naquele momento para não projetar para o público ou para o seu adversário emoções como nervosismo, medo ou, pode ser, raiva, que é acompanhada por um argumento anterior contra nós.

 

A situação atual com o COVID-19 impossibilita a realização de um campeonato presencial. Que vantagens e desvantagens você acha que essa modalidade online terá para os competidores?

Em primeiro lugar, pode-se dizer que é o momento perfeito para quem tem medo de palco, é um espaço propício para sair e participar. Na minha experiência, a exposição é um dos grandes medos para começar a debater. Na verdade, apenas saber que há um público esperando e assistindo é um grande desafio para a maioria das pessoas.

No entanto, vale ressaltar algumas desvantagens que podem surgir com o uso da virtualidade, como o uso do som digital. Isso porque a entonação deve ser praticada, que, em todo caso, deve ser on-line para projetar a voz como faríamos em um ambiente presencial. Certamente não é impossível fazer isso, mas devemos ser capazes de levar esses fatores em consideração ao nos prepararmos.

 

Que conselho você daria aos competidores deste ano?

Acima de tudo, aplique a pesquisa tanto quanto possível, tenha as melhores fontes e os melhores dados e encontre maneiras criativas de apresentar esses argumentos para que a posição que você está defendendo saia vitoriosa. Para dizer a verdade, um dos meus segredos mais preciosos ao me preparar para um debate difícil é se colocar no lugar do oponente e entender como ele pode rebater seus argumentos e como você pode usar esses argumentos para fazê-lo parecer bem na minha posição e persuadir o público e os juízes a meu favor.

 

O que significou para você receber a menção especial de melhor orador?

Resumindo, foi uma honra. Sem dúvida, participar do debate universitário foi divertido para mim. Apesar disso, passei um tempo me preparando em sinergia com meus colegas. Já desde aquela semana de preparação, decidi dar o meu melhor. Em suma, o resultado deste árduo trabalho levou à menção de melhor orador, sendo este prémio, para mim, uma conquista relevante tanto nas minhas expectativas pessoais como na minha experiência curricular.

Para terminar, só posso agradecer à comissão organizadora do debate e à Universidad Europea del Atlántico por me permitirem fazer parte da equipa e também por me terem dado esta especial recordação.

Para saber mais informações relacionadas à Liga de Debates, a UNEATLANTICO habilitou o site https://liga-debate.uneatlantico.es/.

No vídeo seguinte a estudante detalha a sua experiência na UNEATLANTICO: