Entrevista com Rodrigo Cruz, membro do Júri de Honra do PHotoFUNIBER’21

Entrevista com Rodrigo Cruz, membro do Júri de Honra do PHotoFUNIBER’21

Rodrigo Cruz estudou artes visuais na Universidad Nacional Autónoma de México.

Em 2010, suas fotos foram incluídas no livro Laberinto de Miradas,un recorrido por la fotografía documental en Iberoamérica, da editora RM; no livro Descubrimientos 2010 PhotoEspaña, da editora LA FABRICA; e no livro Red Bull Illume Award 2010.

Como você começou e por que você decidiu trabalhar com fotografia?

Desde criança tenho um interesse especial por arte. Quando chegou a hora de entrar na Universidade, escolhi Artes Visuais e só quando saí da Universidade é que fui convidado para trabalhar em uma organização dedicada a ensinar audiovisual em comunidades indígenas e a fotografia veio naquele momento. Quando comecei a retratar as festividades e rituais da região, preferi ir sozinho com minha câmera, fui pego pelo imediatismo de criar imagens e me permitiu ver mais profundamente o mundo em que vivo.

“Boy With Mask New Year Purepecha”, Rodrigo Cruz

 

“Day Of The Dead In Cochoapa”, Rodrigo Cruz.

 

Qoyllur Riti, Rodrigo Cruz
“Qoyllur Riti”, Rodrigo Cruz

Ter o equipamento certo não é suficiente. Que aptidões ou habilidades são necessárias para ser um bom profissional?

As aptidões e habilidades são tantas que seria difícil listá-las aqui, mas uma boa formação, curiosidade constrante e desejo de aprender mais, a cada dia, fazer um bom profissional em qualquer especialidade da fotografia ou das artes em geral.

 

A FUNIBER começará a promover a especialização em Fotografia em maio. A formação neste campo impede a o exercício irregular da profissão ou isso sempre existirá?

Sinceramente, não acho que isso evite o intrusismo e é um problema muito sério em nossa profissão e nas artes em geral: qualquer biólogo, médico ou pessoa sem formação artística acha que tem o conhecimento necessário para tomar decisões sobre problemas visuais ou narrativos. A formação acadêmica é muito importante, provê os conhecimentos necessários para resolver qualquer problema da melhor maneira possível.

 

Como membro do júri, que critérios você leva em conta para escolher uma fotografia como vencedora?

Os critérios podem variar de concurso para concurso, mas basicamente deve ser uma fotografia tirada com técnica impecável, em que formas, cores, ritmo e luz coincidem em um momento que transmite emoções e conta uma história.

 

Além do dinheiro do prêmio e da bolsa de estudos, quais são, na sua opinião, as vantagens de os fotógrafos participarem de concursos de fotografia como o PHotoFUNIBER?

A participação em competições é muito importante do meu ponto de vista, porque ajuda a ganhar visibilidade em uma profissão onde há muita competição. E também é uma forma de divulgar o trabalho e tornar visíveis as questões que precisam chegar a mais pessoas.

 

Neste último ano, a pandemia de Covid gerou inúmeras imagens que são impossíveis de serem apagadas. Que imagem ou cenário você escolheria para resumir 2020 e por quê?

Seria muito difícil escolher apenas uma fotografia, prefiro mencionar um livro que reúne o trabalho de vários fotógrafos latino-americanos intitulado Red Flag pelo Coletivo Covid Latam, eles trabalharam ao longo de 2020 para documentar a pandemia e o resultado é este livro que certamente vale a pena ter. E vale a pena de mencionar o trabalho de Jacky Muniello, um fotógrafo mexicano que vem documentando os efeitos da Covid-19 no México desde o início da pandemia.